Gelo: ameaça ao transporte

🧊 Como o gelo pode destruir motores e derrubar aviões

📰 THE WEEKLY MATH #59

O que impede seu motor de virar um bloco de gelo em minutos?

Entre as possíveis causas, uma suspeita chama atenção: a formação de gelo nas asas.

Parece inofensivo, mas um acúmulo fino de gelo pode ser fatal. Ele altera o formato da asa, reduz a sustentação e pode fazer a aeronave perder o controle.

Em poucos segundos, um voo estável pode se transformar em uma queda irreversível.

A aviação tem sistemas anti-gelo para evitar isso. Algumas aeronaves usam ar quente dos motores para aquecer partes críticas.

Outras contam com camadas infláveis nas asas que quebram o gelo antes que ele se acumule.

Mas se esses mecanismos falham ou não são ativados a tempo, o risco de acidente se torna real.

Essa luta contra o congelamento não acontece só nos aviões. No inverno, motores de carro podem sofrer com o mesmo problema.

Se a água do radiador congelar, ela expande e pode trincar o bloco do motor, causando danos irreparáveis.

Para evitar isso, usamos etilenoglicol, um anticongelante que mantém a água fluindo, mesmo em temperaturas abaixo de zero.

O etilenoglicol é um composto químico amplamente utilizado como anticongelante e fluido de arrefecimento em motores.

Seu principal papel é alterar o ponto de ebulição e o ponto de congelamento da água, garantindo que o sistema funcione adequadamente em temperaturas extremas.

POR QUE USAR O ETILENOGLICOL?

A água pura tem um ponto de ebulição de 100°C e um ponto de congelamento de 0°C - em condições normais de pressão.

Isso significa que, em um motor, ela pode ferver sob alta temperatura ou congelar em climas muito frios, causando problemas graves.

Quando misturamos etilenoglicol à água, dois fenômenos acontecem:

  1. Redução do ponto de congelamento – O líquido não congela a 0°C, mas sim a temperaturas muito mais baixas (por volta de -37°C em misturas comuns).

    Isso evita que a água solidifique dentro do motor, o que poderia expandir o líquido e causar trincas no bloco do motor.

  2. Aumento do ponto de ebulição – Com a mistura correta, o líquido ferve em temperaturas superiores a 100°C (chegando a cerca de 107-110°C).

    Isso impede o superaquecimento do motor, garantindo que o fluido permaneça em estado líquido mesmo sob condições extremas.

É a mesma lógica usada na cozinha quando adicionamos sal na água do macarrão.

O sal faz com que a água ferva a uma temperatura mais alta, acelerando o cozimento e tornando o processo mais eficiente.

Esse detalhe químico, tão simples e presente no dia a dia, pode ser a diferença entre um avião seguro e uma tragédia, entre um motor funcionando e um carro destruído.

No caso do voo em Vinhedo, se o gelo realmente contribuiu para o acidente, ele reforça um fato inquestionável…

Controlar a temperatura dos líquidos não é um capricho da ciência – é o que mantém máquinas, veículos e até vidas em segurança.

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