Não é o que parece

👩🏻‍💻 Linda, a bancária feminista - que não era bancária

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📰 THE WEEKLY MATH #57

Linda, a bancária feminista: como criamos histórias que ignoram estatísticas

📜 Você provavelmente já percebeu que é mais fácil lembrar de uma boa história do que de um número. Nossa mente foi moldada para conectar eventos, criar narrativas e dar sentido ao mundo ao nosso redor – mas nem sempre da maneira mais lógica.

Quando confrontados com estatísticas frias, tendemos a ignorá-las em favor de enredos que fazem sentido intuitivamente.

É nesse contexto que entra Linda, a jovem que se tornou um exemplo clássico de como as heurísticas — estratégias mentais rápidas que usamos para tomar decisões ou resolver problemas sem analisar todas as informações disponíveis —podem desviar nosso raciocínio lógico.

LINDA, A CAIXA DE BANCO FEMINISTA

👩 Linda é uma jovem brilhante, engajada socialmente e... fictícia.

Sua história tornou-se um exemplo icônico de como o raciocínio humano pode ser enganado por atalhos mentais.

Em um experimento, Linda foi apresentada aos participantes como tendo 31 anos, solteira, inteligente e preocupada com justiça social. Na universidade, estudou filosofia e participou ativamente de protestos contra armas nucleares e discriminação.

Depois dessa introdução, os pesquisadores — Kahneman e Tversky — propuseram que os participantes classificassem algumas afirmações, de acordo com sua probabilidade.

E esses foram os resultados da classificação, do mais provável ao menos provável:

  1. Linda participa do movimento feminista

  2. Linda é assistente social psiquiátrica

  3. Linda trabalha numa livraria e faz aulas de ioga

  4. Linda é bancária e participa do movimento feminista

  5. Linda é professora do ensino fundamental

  6. Linda participa da Liga pelo Voto Feminino

  7. Linda é bancária

  8. Linda é corretora de seguros

À primeira vista, esses resultados podem parecer perfeitamente naturais: afinal, a descrição foi elaborada para retratar uma ativista feminista, e não alguém que trabalha como bancária ou corretora de seguros.

Mas, vamos focar em três das afirmações específicas, em ordem de classificação:

  1. Linda participa do movimento feminista

  2. Linda é bancária e participa do movimento feminista

  3. Linda é bancária

Se você não notou nada de estranho nessa tabela - lamento informar, mas você também foi enganado por sua intuição.

Afinal, se a probabilidade de Linda ser bancária e também participar do movimento feminista for maior do que a de ela ser apenas bancária, isso contradiz um dos princípios mais fundamentais da probabilidade.

Mas, você pode dizer: os entrevistados detinham um número grande de possibilidades, e as conexões entre as três situações poderiam facilmente se perder na confusão.

Você está certo! Por isso, outro experimento foi feito, dessa vez, apenas com as 3 afirmações em estudo.

O resultado?

87% dos entrevistados nesse teste também consideraram que a probabilidade de que Linda seja bancária e participe do movimento feminista é maior que a probabilidade de que Linda seja bancária.

Os cientistas perceberam que o detalhe “Linda participa do movimento feminista” parecia se encaixar naturalmente na descrição de sua personalidade.

Por isso, quando essa informação era adicionada à ideia de que ela poderia ser bancária, a história ganhava credibilidade, tornando-se mais convincente para quem a analisava.

Ou seja, se os detalhes que recebemos se adequarem à imagem mental que temos de alguma coisa, então, quanto maior o número de detalhes numa situação, mais real ela parecerá, e, portanto, consideraremos que será mais provável.

Muito embora o ato de acrescentarmos qualquer detalhe do qual não tenhamos certeza a uma conjectura a torne menos provável.

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