Será que vai chover?

🌧️ O alagamento em São Paulo e a previsão de chuva

📰 THE WEEKLY MATH #58

125 mm de chuva: o que aconteceu no último temporal em São Paulo?

🌧️ Será que vai chover? Essa é uma das perguntas mais comuns do dia a dia, mas por trás da resposta há uma ciência fascinante.

Prever o tempo envolve modelagem matemática, estatística e uma análise detalhada da atmosfera em tempo real.

Dois dos principais indicadores meteorológicos são a probabilidade de precipitação (PoP) e o volume de chuva esperado — dados essenciais para planejar desde um simples passeio até a resposta de uma cidade a temporais severos.

Mas como, afinal, os meteorologistas chegam a esses números?

Fatores Meteorológicos Considerados

A chance de chuva é determinada a partir da análise de diversos parâmetros atmosféricos. Os principais são:

  1. Umidade relativa do ar: Mede a quantidade de vapor d'água disponível na atmosfera, essencial para a formação de nuvens e precipitação.

  2. Temperatura e ponto de orvalho: Indicam se o vapor d'água presente no ar poderá se condensar em gotículas de chuva.

  3. Pressão atmosférica: Mudanças na pressão podem sinalizar aproximação de sistemas meteorológicos que favorecem chuvas, como frentes frias e zonas de instabilidade.

  4. Ventos e circulação atmosférica: Afetam o deslocamento de massas de ar úmidas e a formação de tempestades.

    Todos esses dados são coletados por meio de estações meteorológicas, radares doppler, satélites e modelos numéricos de previsão do tempo.

A probabilidade de precipitação (PoP)

A previsão da PoP é expressa em porcentagem e segue a seguinte fórmula:

PoP = CA
C = Confiança na ocorrência de precipitação (de 0 a 100%).
A = Área prevista afetada dentro da região analisada (de 0 a 100%).

Por exemplo, se um meteorologista está 80% confiante de que choverá e espera que a chuva cubra 50% da área em questão, a PoP seria:

PoP= 0,80,5= 0,4 ou 40%

Isso significa que há uma chance de 40% de ocorrer chuva em algum ponto da área analisada durante o período previsto.

Como é calculado o volume de água da chuva?

O volume de precipitação é expresso em milímetros (mm), onde 1 mm de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado. Para estimar o volume total de chuva em uma cidade - por exemplo, usa-se a seguinte relação:

V=PA

V = Volume total de chuva (em litros).
P = Precipitação em mm.
A = Área afetada pela chuva (em metros quadrados).

A CHUVA EM SÃO PAULO NA ÚLTIMA SEMANA

Em 24 de janeiro de 2025, São Paulo enfrentou uma tempestade severa que resultou em alagamentos significativos, incluindo a inundação da estação Jardim São Paulo - Ayrton Senna, da Linha 1-Azul do Metrô.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume acumulado de chuva foi de 125,4 mm, o terceiro maior registrado desde o início das medições em 1961.

Com uma extensão de aproximadamente 1.521 km² para a cidade de São Paulo - estima-se que cerca de 191 bilhões de litros de água caíram sobre a cidade naquele dia.

Esse volume é suficiente para encher mais de 76 mil piscinas olímpicas!

A previsão meteorológica para aquele dia indicava a possibilidade de chuvas fortes, com alertas emitidos pela Defesa Civil.

No entanto, a intensidade e o volume da precipitação superaram as expectativas, evidenciando as limitações inerentes às previsões meteorológicas.

Mesmo com previsões cada vez mais precisas, certos fenômenos meteorológicos podem surpreender e causar estragos além do esperado.

Um dos principais fatores é a infraestrutura urbana, que muitas vezes não consegue escoar rapidamente grandes volumes de água, resultando em alagamentos.

Outro fator que pesa é o efeito ilha de calor, bem típico das grandes cidades. O asfalto e o concreto retêm calor, elevando a temperatura e aumentando a evaporação, o que pode turbinar tempestades de forma inesperada.

Por isso, entender como a probabilidade de chuva é calculada não é só curiosidade — é algo que pode ajudar no dia a dia.

Seja para decidir se vale a pena levar um guarda-chuva ou para entender por que certos temporais pegam todo mundo de surpresa, interpretar essas previsões com mais clareza faz toda a diferença, especialmente em cidades que sofrem com alagamentos.

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