Um ano tem 365 dias?

Citação de hoje.

“Ninguém que é curioso é idiota. As pessoas que não fazem perguntas permanecem ignorantes para o resto de suas vidas.”

Neil DeGrasse Tyson, Astrofísico, escritor e divulgador científico americano.

Por que 365 dias (ou quase isso) ?

O dia de hoje marca mais uma passagem de ano, e assim como todos os anos, esta é uma época de mudanças, promessas e todas outras coisas relacionadas a este tema, mas… você já chegou a se perguntar por que um ano tem duração de 365 dias, ou melhor, aproximadamente isto? Hoje iremos nos aprofundar neste tema.

Para começarmos a falar deste tema, precisamos começar  explicando os movimentos realizados pela terra. Dois movimentos importantes são o de rotação própria - ou seja, a rotação em torno do seu próprio eixo e o movimento de translação - que é uma rotação marcada por uma trajetória elíptica em torno do sol.

Ta, mas… e daí? 

Vamos começar falando um pouco do movimento de rotação própria. O movimento definido como rotação, é o responsável por provocar alternâncias nos períodos de insolação direta nas regiões do planeta.

Um gif fala mais que mil palavras…

É por isso que temos essa distinção entre dia e noite, devido a quantidade de radiação que é chegada a parcela do globo em que nós nos localizamos em determinado instante de tempo. Este movimento se dá como completo  23 horas, 56 minutos  e 4 segundos depois do seu início, mas esse valor é aproximado para 24 horas, que é o intervalo de tempo que conhecemos por ser equivalente a um dia.

Bom… Agora focamos nossa atenção em estudar o movimento de translação. Este se dá da seguinte maneira: Temos um movimento “circular” em torno do sol. O óbvio a se pensar é que tivéssemos uma trajetória de um círculo perfeito em torno do sol, o que não ocorre, temos algo mais próximo de uma elipse, isso acontece basicamente por conta de perturbações externas e da influência gravitacional de outros corpos. 

Tendo tudo isso dito, podemos definir duas outras coisas, são estas o periélio - o ponto da órbita do planeta em que está mais próximo do sol e o afélio - ponto em que o planeta está mais distante do sol. Esta é uma definição utilizada na segunda lei de Kepler -  quanto mais próximo do Sol, mais rápida é a órbita do planeta como podemos observar com o GIF, a razão de isso acontecer se deve a interação com a força gravitacional entre o Sol e o planeta.

E quanto tempo leva para que esta trajetória seja completa? Ora, o movimento de rotação como vimos anteriormente tem duração de um dia, já o de translação, tem a duração de um ano, 365 dias, ou melhor… 365 dias e 6 horas. Essas 6 horas complementares, quando somadas em quatro anos, nos dá um total de 24 horas. São essas horas complementares que nos dão um dia extra em fevereiro e é por isto que existe o famoso ano bissexto - inclusive estamos em um nesse exato momento.

Uma pergunta que pode surgir nesse momento é: Ora, tudo bem, nós fazemos uma trajetória em torno do sol e a terra gira em torno do seu próprio eixo, estes dois movimentos são concomitantes, mas por que temos verões e invernos alternados em diferentes hemisférios?

Essa pergunta é totalmente válida, e temos uma resposta pra ela! Isso acontece pois o eixo da terra não está completamente alinhado com o eixo que corta a esfera no seu centro e passa pelo ponto mais baixo e mais alto da mesma. Temos uma inclinação, de aproximadamente 24º, e esta inclinação que nos dá esta diferença entre os hemisférios.

Isso permite que em alguns pontos da órbita da Terra em torno do Sol, o hemisfério sul recebe mais luz solar, indicando verão para sul e inverno para o norte, e no ponto oposto da órbita da Terra em torno da nossa estrela, o hemisfério norte recebe mais luz solar que o hemisfério sul, indicando inverno no sul e verão no Norte. Quando o planeta recebe quantidades diferentes de luz solar, chamamos esse fenômeno de Solstício.

Solstício de Junho:

Solstício de Dezembro:

Com isso fechamos este estudo intermediário sobre o movimento da terra e explicamos os motivos que explicam a duração de um dia, de um ano e por que existem as estações. Espero que estas informações tenham contribuído para o seu desenvolvimento pessoal e agregado para o seu conhecimento no longo prazo.

Aproveito para reiterar este espírito de ano novo e de mudanças para que possamos focar e entender as coisas que acontecem ao nosso redor, ao invés de apenas aceitar postulados sem ao menos ter ideia do que é. Nós prezamos por isso, e esperamos que vocês também.

Sugestão de leitura.

Mensageiro das estrelas: Perspectivas cósmicas sobre a civilização.

O livro de hoje é do mesmo autor da citação que inicia a Newsletter de hoje. No decorrer da história, DeGrasse Tyson mostra como a ciência e o universo podem mudar nossa visão sobre problemas do dia a dia e valorizar a vida. É uma ótima maneira de ver como a lógica e a razão se aplicam fora dos números também. Vale a pena conferir!

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Por hoje é só, obrigado pelo seu tempo, e até a próxima!