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Uma jornada cósmica
Você sabia que um foguete precisa atingir 40.269 km/h para ‘escapar’ da Terra?

Citação de hoje.
"A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo."
Albert Einstein - Físico teórico, Nobel e um dos maiores gênios que já pisaram neste planeta - sobre os benefícios que a imaginação traz ao estudante.
Uma jornada cósmica

Olá, caros leitores!
Iniciamos esta jornada cósmica com a sabedoria de Albert Einstein, pois hoje nos aventuraremos nos mistérios fascinantes da física por trás das viagens espaciais. Prepare-se para uma exploração empolgante pelos cálculos e teorias matemáticas que tornam possível alcançar as estrelas.
Em 1687, Sir Isaac Newton descreveu as leis do movimento e a lei da gravidade. Suas equações tornaram-se a base para entender como os corpos celestes interagem e como podemos escapar da atração gravitacional da Terra. As leis de Newton, combinadas com os avanços subsequentes na física, são essenciais para projetar trajetórias precisas.

A velocidade de escape é como a chave mágica que permite que foguetes deixem nossa atmosfera e alcancem o espaço profundo. Simplificando, é a velocidade mínima que um objeto deve atingir para superar a atração gravitacional da Terra. Imagine um foguete subindo, e a Terra tentando puxá-lo de volta; a velocidade de escape é a mágica que permite ao foguete escapar desse "abraço gravitacional".
Na prática, utilizamos a fórmula v = √(2GM/r), onde M é a massa da Terra; r é a distância do centro da Terra ao foguete e G é um número chamado de constante de gravitação universal. Isso é o que permite que os engenheiros calculem a velocidade necessária para superar a gravidade e lançar espaçonaves ao espaço.
Tudo bem, mas e de onde vem essa fórmula? A resposta: da lei da conservação de energia. Vamos entender como isso funciona:
Energia potencial gravitacional é o nome dado a energia armazenada devido à posição de um objeto em um campo gravitacional, que está relacionado a força gravitacional, aquela que nos mantém firmemente conectados à Terra. Essa energia é calculada pela fórmula U = - GMm/r com m a massa do nosso foguete.
Objetos em movimento possuem um tipo de energia chamada energia cinética, dada pela expressão matemática K=mv²/2 e para que um foguete escape da gravidade da Terra, sua energia cinética (ou seja, sua energia de movimento) deve ser pelo menos igual à magnitude da energia potencial gravitacional (a energia que prende o foguete ao campo gravitacional da Terra).
Assim, igualando a magnitude da energia potencial aquela da energia cinética podemos calcular a velocidade da escape. Assim:
mv²/2 = GMm/r
e isolando v, chegamos à fórmula mágica:
v = √(2GM/r)
Substituindo os valores, temos que a velocidade de escape é dada por 40.320 km/h o equivalente a 11,2 km/s. (quase a velocidade máxima de um uno com escada)

Além da velocidade de escape, o foguete pode entrar em órbita ou seguir em direção a outros destinos celestiais. A física orbital é crucial aqui, pois a trajetória precisa determina o destino final.
Durante a jornada, outros corpos celestiais, como a Lua ou outros planetas, podem influenciar a trajetória do foguete. As leis gravitacionais de Newton guiam esse intrépido viajante do espaço.

Agora que desvendamos a fórmula da velocidade de escape, vamos explorar o retorno do foguete à Terra. Uma coisa fascinante é que, diferentemente da subida, o retorno não exige um lançamento potente. Vamos decifrar esse balé gravitacional!
A Terra, sendo a grande maestrina dessa sinfonia cósmica, atrai o foguete de volta. A gravidade atua como um cordão invisível, puxando suavemente o foguete de volta ao lar. Essa é a magia da gravidade assistida.

O sucesso do retorno depende da trajetória orbital. Se bem calculada, a atração gravitacional guiará o foguete de volta à atmosfera terrestre. Aqui, ele enfrenta a resistência atmosférica, mas o ângulo e a velocidade corretos evitam queimaduras excessivas.
Durante a reentrada, a atmosfera age como um escudo, dissipando a energia gerada pela velocidade do foguete. É um momento crítico, mas a ciência da aerodinâmica e do cálculo preciso garantem uma entrada controlada.

Finalmente, após atravessar a atmosfera, o foguete retorna à superfície terrestre. Paraquedas entram em ação, desacelerando o veículo espacial para um pouso seguro.
Assim, o foguete, uma vez lançado com a força necessária, dança com a gravidade em uma jornada cósmica, retornando à Terra como um herói que dominou as leis do espaço. Este é o balé majestoso da exploração espacial, onde a matemática e a física convergem para desvendar os segredos do cosmos.

Sugestão de leitura.
Desvendando o Universo: Tudo o que você precisa saber para viajar pelo tempo e pelo espaço.
Como a vida na Terra começou? Do que o nosso planeta é feito? Afinal, existe vida em algum outro lugar do Universo? E o que você faria se os robôs assumissem o controle do mundo? Na recomendação de leitura de hoje o físico Stephen Hawking e sua filha Lucy reuniram em um único volume as respostas para essas e muitas outras perguntas.

Reprodução: Amazon
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